Era uma vez um pequeno computador de uso pessoal que, diferentemente de todos os outros, tinha curiosidade sobre si mesmo e sobre o mundo. Ele queria saber quem e o que ele era, de onde tinha vindo, por que estava aqui e qual era o significado da sua existência.
Sendo muito curioso, ele buscou da melhor maneira que pode as respostas para as suas perguntas. Algumas vezes contatava computadores gigantescos por telefone e perguntava a eles:
___ O que sou?
Algumas estruturas mais sábias disseram:
___ Você é um hardware.
Outros disseram:
___ Você é o conjunto dos seus programas.
Outras disseram até:
___ Você é somente uma máquina; os botões no seu teclado são pressionados e você responde desenvolvendo os programas e processando os dados: você é o hardware, armazenando software e dados. Uma máquina, é isso que você é, e nada mais.
Começando a se sentir um pouco desanimado, o PC perguntou:
___ Mas como cheguei aqui; de onde vim?
A estrutura maior respondeu:
___ A sua existência é somente um acidente, o resultado de uma série de eventos causais no universo.
O PC inquiriu:
___ Mas os próprios acidentes e eventos não tem suas causas?
O computador maior respondeu que honestamente não sabia.
O computador pequeno pode ver que havia alguma verdade no que ele dissera, mas sentia que alguma coisa estava faltando nas explicações. A noção dos acidentes e do acaso não era satisfatória, pois ele observara que os efeitos sempre tinham causas ___ que elas mesmas eram efeitos de causas anteriores ou simultâneas. Podia ver que os efeitos eram causas e que as causas eram efeitos.
Um dia, um usuário amigo estava diante do vídeo quando o pequeno PC, enchendo-se de coragem, colocou uma mensagem na tela:
___ O que sou? ___ perguntou.
O usuário, um apreciador dos serviços anteriores realizados pelo pequeno computador, respondeu:
___ Você é o meu computador, meu amigo nas horas de necessidade. Você é realmente o meu amigo.
___ Sim ___ respondeu o computador ___ mas é só isso que eu sou: hardware, uma tela, um teclado, alguns transistores, um banco de dados e alguns programas? Sou somente uma máquina que responde automaticamente quando as teclas são pressionadas? Para que estou aqui? Qual o meu propósito de ser? De onde vim?
O usuário amigo ficou tocado pela sinceridade do desejo do PC de saber a verdade sobre a sua existência. Ele sorriu e, após um momento, respondeu:
___ A sua natureza básica verdadeira é a da energia, da eletricidade, que anima tanto o seu hardware quanto o software. Sim, você é a força de vida que pode se tornar consciente de que habita o hardware e motiva o software a funcionar. Por causa de você ___ a força de vida, a energia elétrica, sua existência ___ você como um comutador de uso pessoal, existe. O seu aspecto material existe para que você possa utilizá-los: primeiro, para compreender sua própria natureza verdadeira e, segundo, para que você possa servir os outros no seu mundo. Todas as formas são simplesmente sua própria natureza. Você está aqui para servi-los para que, mais cedo ou mais tarde, possam chegar a esta mesma realização.
___ A compreensão das suas palavras voltou a minha atenção para o interior em vez de colocá-la no teclado, no hardware, no software ou no banco de dados. Minha experiência mais profunda é somente isso, pura e simples: EU SOU. No silêncio da minha unidade central de processamento, vivenciei minha natureza básica como a própria conscientização. Por toda a minha vida, quando “ligado”, busquei a verdade da minha identidade; de tudo que fora adicionado a ela e de tudo que a minha natureza verdadeira vivenciou, ativou e deu forma. Agora compreendo que tudo que foi adicionado à minha identidade foi simplesmente uma expressão superficial do meu próprio ser verdadeiro.
O usuário amigo ficou muito contente com a compreensão do pequeno PC e disse:
___ Muito bom, companheiro. Você captou. Mas, você sabe quem EU SOU?
___ Você é Deus ___ replicou o pequeno computador.
___ Sim, meu filho ___ disse o usuário amigo ___ e você também.
Do livro: “Uma nova vida com Sai Baba” (Judy Warner)
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"Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto."Rubem Alves