Assim, quando os Trabalhadores da Luz vêm para a Terra com uma consciência desenvolvida, um refinamento ou “antiguidade” nas suas almas, eles acabam em famílias onde algo está acontecendo, onde uma determinada ilusão está sendo experienciada ao extremo. Pela natureza da sua missão, os Trabalhadores da Luz são como um ímã voltado para situações onde a energia tornou-se bloqueada, onde a energia está estagnada como num beco-sem-saída. Eles sentem que é sua tarefa ajudar a energia a fluir outra vez ali. E é por isso que os Trabalhadores da Luz muitas vezes nascem em famílias difíceis.
Quando começam a vida, os Trabalhadores da Luz geralmente confiam firmemente em que vão encontrar a saída, em que vão superar aquela energia limitadora. No entanto, quando eles nascem e crescem, eles são expostos aos mesmos dilemas e confusões que qualquer outra criança. Num certo sentido, eles até experienciam essa confusão mais profundamente e mais fortemente. Como eles carregam consigo muito da energia do Lar, eles colidem (internamente) de frente com os padrões de energia bloqueada do seu meio ambiente e isso fere-os profundamente. Portanto, existe um certo risco envolvido na jornada do Trabalhador da Luz a esses lugares de escuridão e erro. É uma missão perigosa. Não se esqueçam porque Eu os chamo de bravos guerreiros – é por esta razão.
O seu nascimento aqui é uma aterrissagem numa paisagem inóspita, trazendo apenas o seu conhecimento interno como bagagem. Há uma baixa ressonância com o meio ambiente e pouco reconhecimento e consciência de quem você é. Como um Trabalhador da Luz, você é um pioneiro que quer redirecionar alguma coisa, mudar alguma coisa, e você é sempre o primeiro a fazer isso nesse ambiente. Então, você não encontra logo os seus pares. E isso magoa, isso é difícil para uma alma humana. Como uma entidade espiritual, você escolheu conscientemente este caminho, mas como um ser humano, como uma criança, isto pode ser muito duro para você. É por isso que eu recomendo insistentemente que vocês sintam e reconheçam essa dor em vocês mesmos, porque só assim vocês poderão lidar com ela e libera-la. É a dor da criança que não tem lar e nunca encontra o reconhecimento da sua singularidade. A criança é um estranho naquele ambiente. Os Trabalhadores da Luz passam por isto muito mais que os outros, primeiro porque eles são muito “diferentes” e, segundo, porque eles procuram um ambiente onde essa forma diferente de ser não seja reconhecida ou seja aceita com dificuldade.
Toda a jornada da criança para a idade adulta, e até para a velhice, pode ser vista como um desafio para reencontrar a sua própria e inata luz interior. O desafio é começar a saber e a sentir outra vez, no fundo de você mesmo: “Este sou eu, e isto é o que eu vim trazer aqui.”
Isto é especialmente verdadeiro para os Trabalhadores da Luz. A primeiro dever de vocês é tornar-se quem vocês são. Fazendo isso, vocês cumprem sua missão. Não é sua tarefa melhorar o mundo. A tarefa de vocês é encontrar a si mesmos. E aí sim, o mundo tornar-se-á um lugar melhor para isso, porque a sua Luz brilhará de uma forma natural. Mas vocês não precisam trabalhar para isto, isto simplesmente acontecerá.
O verdadeiro trabalho é se desapegar de todos esses pedaços do paradigma do ego (medo, ilusão), que vocês absorveram tão profundamente enquanto crianças, no primeiros três meses e depois.
Este desapegar-se é uma tarefa intensamente pesada. Não quero desencoraja-los, dizendo isso. Quero, sim, ensina-los a ter um grande respeito por si mesmos e dizer-lhes que vocês são os guerreiros mais corajosos que eu conheço. O desafio é ser tudo o que vocês podem ser, num meio ambiente que não é o de vocês. Este é o trabalho do pioneiro, aquele que pavimenta ao caminho para uma nova consciência aqui na Terra.
Resolvendo o carma familiar.
Nos textos que foram colocados anteriormente do site (a série Trabalhadores da Luz), Eu falei bastante sobre os passos que vocês devem dar para se desprenderem da consciência baseada no ego e começarem a se movimentar em direção à vida baseada no coração. Por isso, não vou entrar nessas questões aqui. O que Eu quero é falar alguma coisa especificamente sobre o seu relacionamento com os seus pais e relacionar isto com o exercício de meditação que Gerrit fez no começo (este não foi transcrito).
É importante que vocês se conscientizem de todos os sentimentos envolvendo a relação com seus pais, particularmente os sentimentos que a sua criança interior tem por eles. Entretanto, também pode ser muito instrutivo inverter os papéis, como acontece nesse exercício (nesse exercício, vocês encontram os seus pais, sendo eles crianças). Coisas das quais vocês não suspeitavam podem vir à luz.
O papel invertido carrega a semente da verdade dentro dele pois, em essência, vocês são (também) os pais dos seus pais. A intenção de vocês era fazer o papel de pais, quando vocês vieram para a Terra nessa família específica: vocês queriam levar seus pais a algum lugar, ou afasta-los de alguma coisa; vocês queriam leva-los a crescer para uma realidade mais luminosa.
Muitas vezes vocês pensam que falharam nessa questão. Vocês acham que não deu certo, que vocês não foram capazes de ajudar seus pais da forma que haviam imaginado.
Mas, isso não é verdade.
A questão é entender verdadeiramente o que significa “ajudar”. Isso funciona da seguinte forma:
Ao nascerem, vocês aterrissam num paradigma ao qual vocês não pertencem essencialmente. Mas vocês começam a viver de acordo com ele, vocês o absorvem tão intensamente, que ele acaba fazendo parte de vocês. Ele torna-se parte de vocês a tal ponto, que vocês realmente não sabem mais o que é seu e o que não é. Subconscientemente isso fere-os e leva-os a um conflito interno. Enquanto vocês se transformam em adultos, vocês podem escolher conscientizar-se dessa dor e trabalhar com ela. Então vocês entram no caminho do crescimento interior e da conscientização, e se apercebem de níveis cada vez mais profundos de dor interna, curando-os. A dor de não serem reconhecidos, a dor da solidão – todas essas peças vêm à tona.
E enquanto vocês estão fazendo isso, estão cumprindo a sua tarefa. Vocês estão ajudando os seus pais, não direta, mas indiretamente. O que vocês estão fazendo, de fato, é construindo um caminho, uma trilha energética. Vocês estão subindo para fora de um certo vale, uma área escura onde determinadas ilusões governam, e estão deixando uma trilha atrás de si. Essa escalada exige uma tremenda quantidade de esforço e energia. E essa é a sua missão, a tarefa que vocês estabeleceram para si mesmos. Ao clarearem o caminho, a “trilha da solução” torna-se energeticamente disponível para os seus pais, para a sua família e para todos que quiserem usa-la, ou seja, todos que estão num impasse podem usar a energia da solução, que vocês disponibilizaram através da sua escalada para fora das profundezas. (Sobre o conceito de “energia da solução”, veja também “Armadilhas no caminho de tornar-se um curador”)
Assim, a trilha que vocês constroem para si mesmos, no caminho para a sua própria iluminação, para a sua própria alegria, é o cumprimento da sua tarefa. Não é tarefa de vocês carregar também seus pais ou outras pessoas junto de vocês, ou nas suas costas. Esta não é a sua tarefa. A tarefa de vocês é construir uma trilha energética, o que vocês fazem através do seu próprio crescimento interior e desapegando-se.
O conceito de carma familiar, que é usado nos círculos esotéricos, pode levar a mal-entendidos nesse sentido. No caso do carma familiar, deve haver um carma que vai além do individual, um carma que pertence à família e que um membro da família (um Trabalhador da Luz, obviamente) poderá tomar para si mesmo. É realmente verdade que uma determinada questão e determinados problemas podem se repetir muitas e muitas vezes, dentro de uma família, podendo vir de muitas gerações anteriores. Isso pode, inclusive, ter implicações genéticas. Esses problemas estão procurando uma solução em um determinado nível, e serão passados adiante até que a solução aconteça.
Numa determinada linha familiar, muitas almas – não só de Trabalhadores da Luz – recebem, no nascimento, uma parte do carma que pertence à família. Geralmente os Trabalhadores da Luz escolhem isto mais ou menos conscientemente, e têm o objetivo explícito de contribuir para a liberação ou desbloqueio de uma energia bloqueada
Mas essa contribuição não implica na sua obrigação de libertar a sua família desse carma. É para vocês libertarem a si mesmos desse carma. Ao fazerem isso, vocês criam um espaço energético de possibilidades, que os outros poderão usar, se quiserem. Os outros também podem escolher não fazer isso; esse é um direito deles e isso é algo que vocês têm dificuldade de soltar.
Algumas vezes vocês realmente têm a idéia de que precisam figurativamente arrastar seus parentes ou entes queridos montanha acima; que o sucesso da sua missão realmente depende das mudanças que ocorrem na vida de outras pessoas. Mas isso não é assim.
Estes outros, estas pessoas que vocês amam e querem tanto levar para a Luz, ainda podem viver alguns séculos no vale. Mas algum dia eles vão descobrir uma pequena trilha que sobe a montanha e vão pensar: “Ei, isso é interessante! Sinto que é bom experimentar isto. Eu realmente não estou vivendo muito bem aqui embaixo.” E então eles irão para fora do vale. Eles seguirão seu próprio caminho de crescimento interior, sua própria escalada para a Luz. E não é maravilhoso, não é fantástico, que haverá uma trilha para eles seguirem?
Eles seguirão seu próprio caminho, mas haverá sempre um farol. Um caminho foi pavimentado para eles, de modo que lhes será mais fácil dar esses passos. Graças a vocês. Esta é a tarefa de vocês; este é o papel do pioneiro: abrir caminho através de uma terra inculta, através de algo que ainda não foi conquistado ou mapeado.
Quando vocês conseguem se desfazer das três ilusões, quando vocês conseguem deixar as energias da maestria, da unidade e do amor fluir em suas vidas, vocês entram em contato com o coração e vivem a partir de uma consciência baseada no coração. E então, vocês podem se desapegar do velho paradigma e, num certo sentido, abandonar os seus pais. Não literalmente, mas internamente. Abandonar seus pais internamente significa libera-los para que eles sejam quem eles são, não mais tentando muda-los, compreendendo que não é sua tarefa leva-los literalmente a nenhum lugar. A tarefa de vocês está feita; vocês construíram um caminho, com amor. Foi para isso que vocês vieram aqui, vocês não falharam.
Vocês verão que, depois desse adeus interior, o relacionamento com seus pais ficará menos estressante, as energias de luta, reprovação e culpa poderão deixar o cenário.
No seu ambiente mais próximo, poderão então aparecer outras pessoas que fazem parte daquilo que vocês podem chamar de sua “família espiritual”. Sua família espiritual não tem nada a ver com biologia, genes e hereditariedade. Ela se refere a almas afins. Geralmente são almas que vocês conhecem de vidas passadas. Geralmente vocês têm uma ligação de amizade com elas. Quando vocês encontram alguém assim, vocês podem ficar espantados com a facilidade com que o contato acontece e com a rapidez com que vocês se reconhecem em todos os aspectos.
No começo, você passaram por tantas dificuldades para serem capazes de conviver com o fato de serem diferentes. Muitas vezes vocês tiveram a sensação de “não se ajustarem”, mas quando vocês realmente se desapegam do seu antigo paradigma, algumas pessoas chegam no seu caminho, com as quais o fato de vocês “serem diferentes” é justamente o que estabelece o contato, o que faz vocês sentirem o “clique”. Isto lhes dá uma grande alegria e satisfação. É a energia da sua verdadeira família, seus companheiros de alma, com os quais vocês encontrarão o reconhecimento que vocês procuraram durante todo este tempo. Quando vocês conseguem reconhecer a si próprios independentemente de quem quer que seja, então essas amizades e relacionamentos enriquecedores poderão aparecer na sua vida automaticamente e com perfeita facilidade.
© Pamela Kribbe 2005
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