O ARQUEIRO ZEN

No silêncio do ser, na expressão terna desse momento que tudo pacifica quando aprendemos a não resistir à Vida, mas através desta fluir com o tempo e com o espaço, deixando que seja Ela a viver em nós, tudo regressa à nota primordial da nossa encarnação, e não mais será necessário lutar, impor, procurar, pois ali, no momento presente onde nada falta, o Universo tudo fará para nos nutrir com a sua manifestação de Abundância, Harmonia e PAZ.



Tal como o arqueiro Zen que, no esticar do arco sem forçar os seus músculos, mantém essa tensão até que algo dispare a flecha sem que este se preocupe com o alvo nem com o tempo certo de soltar a corda, pois é a Vida que conduzirá essa seta aonde ela tiver que chegar e que determinará o momento exacto disso acontecer, também nós teremos que chegar um dia a esse momento de silenciar toda a nossa expressão, vivendo tudo sem tensão, sem um alvo e sem um tempo determinado por nós, e aí a Alma, liberta do ruído e da vontade dos corpos, se manifestará com toda a sua potência e nos consagrará a essa Vida que somos em essência e que aguarda da nossa parte a entrega e a rendição integral ao Pai.



Quando o tiro do arco é disparado com o Coração, a realização da Vontade Maior se plenificará naquele momento que ecoará pela eternidade, mesmo que a seta fique a meio caminho, pois nos gestos do arqueiro, na postura e no soltar da flecha em sintonia com a Vida, algo de profundamente curador acontecerá, tanto para o arqueiro quanto para quem o observa.



Saber reverenciar esse tiro, mesmo que o alvo não seja atingido, pois este na verdade é interno e não externo, é perceber que tudo se manifesta como realidade apenas dentro de nós, e é a partir dessa constatação que a nossa vida mudará radicalmente e passaremos a ser instrumentos do Plano Evolutivo como expressão do verdadeiro Serviço.



Temos apenas como realização do Serviço o Coração. Sem a abertura desse portal, o único que nos compete abrir, pois os outros são assunto da Hierarquia, nada poderemos realizar que seja a expressão real da Vida que pulsa dentro de nós e que aguarda da nossa parte um profundo e sentido SIM, para que se manifeste plenamente num mundo tão carente de Amor. Sem essa abertura, sem esse pulsar que vem do centro da nossa Alma, nada poderemos fazer que seja verdadeiramente real, mesmo que muito possamos construir dentro do mundo formal, pois essa realização não terá sido ungida e consagrada pela VIDA.



Respirar os aromas dessa Vida nesse fluir tépido que tudo silencia, deixando que Esta nos conduza tal como folha solta na corrente de um rio, é largar a espada, despir a armadura, e nus de tudo o que é civilizacional dizer: “Pai, seja feita a tua Vontade, pois nada se sustém para além desta”.



Tornar-nos-emos então seres em plena sintonia com o Pai, entregues nos braços da Mãe Divina e a Esta consagrados pelo Amor do Filho que pulsará através de cada átomo do nosso corpo. E então deixaremos de falar e de escrever sobre as coisas que conhecemos como se nestas estivesse alguma realidade que se sustente por si só, para passarmos a ser Um com Cristo na radiação do Amor Pleno, e com esse Amor qualificando esse falar e esse escrever com a realidade do Coração.



E só quem se encontrar dentro desta manifestação, é que se poderá dizer filho da Nova Terra que desperta.







PAX,



Pedro Elias,

escritor português

Plenitude


Quando finalmente abandonamos a luta para encontrar a plenitude 'no exterior', Não temos para onde ir a Não ser para o nosso interior.É nesse momento de total rendição que a Luz começa a despontar.

(Shakti Gawain)



A alma dos diferentes - Arthur da Távola


... Ah, o diferente, esse ser especial!



Diferente não é quem pretenda ser.

Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.



Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados para os outros.



Que riem de inveja de não serem assim.

E de medo de não aguentar, caso um dia venham, a ser.



O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.



O diferente nunca é um chato.

Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas.

Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas; esperanças, mortas.



Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato.

Chato é um diferente que não vingou.



Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem.



Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro.

Diferente que se preza entende o porque de quem o agride.

Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade.



O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores.



O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual: a inveja do comum; o ódio do mediano.



O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.



O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura.

O que é percepção aguçada em: "Puxa, fulano, como você é complicado".



O que é o embrião de umestilo próprio em: "Você não está vendo como todo mundo faz?"



O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando.



Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.



Diferente é o que vê mais longe do que o consenso.

O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber.

Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham.

É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram.

Quer onde outros cansam.

Espera de onde já não vem.

Sonha entre realistas.

Concretiza entre sonhadores.

Fala de leite em reunião de bêbados.

Cria onde o hábito rotiniza.

Sofre onde os outros ganham.

Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera.

Aceita empregos que ninguém supõe.

Perde horas em coisas que só ele sabe importantes.

Engorda onde não deve. Diz sempre na hora de calar. Cala nas horas erradas. Não desiste de lutar pela harmonia. Fala de amor no meio da guerra. Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar.



Ele aprendeu a superar riso, deboche, escárnio, e consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.



Os diferentes aí estão: expressivos de mais, sensiveis de mais, com cabelos muito compridos, carecas, enfermos, paralíticos, machucados, engordados, magros demais, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas "erradas", cheios de espinhas, de malícia, sensuais, intensos, exigentes e seletivos, aqueles q preferes livros à revistas...etc...

Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.



A alma dos diferentes é feita de uma luz além.

Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir entender. Nessas moradas estão tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes. Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suporta-lo depois."

A DOENÇA COMO CAMINHO


 De uma maneira geral, a saúde é encarada como se fosse um estado de não doença, de não mal estar ou dor, quando o indivíduo pode continuar a levar a sua vida sem grandes alterações ou questionamentos. É muito mais fácil tomar um medicamento para aliviar uma dor de cabeça, do que compreender a mensagem que o organismo está sinalizando. Somos muito imediatistas, tratamos apenas das aparências, não buscamos a origem ou as causas de nossa doença. O corpo humano possui uma inteligência fisiológica cuja função básica é manter a homeostase do organismo diante de todos os estímulos do mundo exterior e interior. O equilíbrio é conseguido através da livre circulação de energia no organismo, assim como através das trocas contínuas entre o corpo e o meio ambiente. Esse fluxo contínuo de energia nos mantém vivos. Quando a circulação de energia não ocorre de uma maneira adequada surgem as doenças. Nosso corpo vai sinalizando, com muita antecedência, o desequilíbrio através de pequenas alterações funcionais sem substrato físico; isto é, não há nada a nível orgânico que justifique aqueles sinais ou sintomas. Com a não valorização desses sinais e a manutenção do mesmo padrão de vida, as alterações físico-químicas vão-se cronificando, se solidificando até atingirem o seguimento físico; a doença passa a se expressar em algum tecido, órgão ou víscera, acompanhada de padrões mentais e emocionais bem determinados. Saúde e doença são aspectos de um mesmo movimento. Através do desequilíbrio atingimos novo equilíbrio, uma nova freqüência, um novo patamar energético. No período de transição para esse novo padrão, vivencia-se a doença. Ela não é considerada como algo estranho, mas sim, a conseqüência de um conjunto de fatores que culminam em desarmonia e desequilíbrio. É através da doença que alcançamos saúde. Verifica-se, com uma certa freqüência, em pacientes com doenças graves ou terminais, relatos acerca de estarem vivendo melhor ou mais saudavelmente, a partir do momento em que se conscientizaram de sua doença. Para vivermos em harmonia, precisamos ter flexibilidade e disposição para um grande número de opções de interação com o meio ambiente. Sem flexibilidade não há equilíbrio. Períodos de saúde precária são estágios naturais na interação contínua entre o indivíduo e o meio onde ele está inserido. Estar em desequilíbrio significa passar por fases temporárias de doença, nas quais se pode aprender a crescer. A doença é uma oportunidade para a introspecção, de modo que o problema original e as razoes para a escolha de uma certa via de fuga possam ser levadas a um nível consciente onde o problema possa ser resolvido. A função básica do terapeuta está em espelhar a verdade para o paciente, ajudá-lo a desenvolver uma consciência do processo de vida e dos mecanismos (obstáculos e ilusões) que se criam para gerar a doença e, também, poder ajudá-lo a entrar em sintonia com seus próprios recursos de cura, possibilitando o resgate da auto estima, da aceitação e do perdão. Como diz a música de Milton Nascimento e Fernando Brandt, “O que importa é ouvir a voz que vem do coração”, curar-se é abrir o canal da comunicação, é fazer-se entrar em contato com a própria essência, é despertar a capacidade de ser, estar, criar e descriar, sonhar e realizar. Essa autodescoberta é o caminho da auto-cura, que nada mais é do que resgatar o amor próprio. O organismo doente está envolvido no aparecimento, no desenvolvimento e na cura de sua doença. O ser humano pode se instalar na doença, pode obter com ela benefícios, mas pode principalmente pela doença, exprimir tendências profundas. O corpo relata, fala, descarrega e protesta através do seu próprio adoecimento. É sempre, uma forma de o organismo expressar conflitos profundos. Como os distúrbios digestivos, por exemplo, que são muitas vezes, expressão de conflitos entre o reter e o expelir, entre o desejo e a necessidade. A doença, portanto, não é algo que vem de fora ou já está lá antecipada, é, sim, um modo peculiar de a pessoa se comunicar em circunstâncias adversas. É, pois, em suas várias formas, um modo de ser no mundo, um modo de se relacionar com as pessoas em volta. Isso nos leva a ter que encarar o limite do conhecimento técnico na compreensão dos mecanismos de formação das doenças; e, em função desses princípios colocarmo-nos a refletir sobre a importância de se mudar o foco da ação terapêutica, em vez de nos centrar na doença deslocarmos o foco para a interação com alguém que está doente, de quem, na verdade, podem advir os recursos realmente curadores de uma doença. Cada região do corpo além de prestar-se a uma determinada função do organismo pode sinalizar uma zona específica de conflito entre a mente e o corpo. Esses conflitos que geraram emoções estão relacionados a acontecimentos da nossa vida no passado, que não foram bem trabalhados e em razão disso, permanecem mal resolvidos e criando obstáculos para a vida atual. Quando refletimos sobre os conflitos e qual a nossa responsabilidade neles, pode ocorrer a liberação e distribuição de energia que facilita nossa consciência, expressão emocional e a organização de um novo modo de nos colocarmos diante da vida. Poderíamos, entre outras coisas, dizer que a doença é passagem, é comunicação, é transformação e, acima de tudo, poderíamos dizer que ela tem um sentido muito pessoal para cada um, a cada momento de indagação. A doença seria, então, uma entrada em outra realidade. Como um sonho, ela pode ter inúmeras leituras para cada pessoa. A meditação e a oração são práticas que podem nos ajudar nesse processo. Como também podem ser úteis os trabalhos energéticos, as visualizações, os relaxamentos, e, em certos casos, as massagens. Tais práticas e técnicas abrem o caminho para uma outra relação com a doença. Uma relação em que não nos apegamos a ela e nem a rejeitamos. Apenas permitimos a sua presença e ouvimos o que ela tem a dizer, já que pode nos ensinar a ter uma nova relação com tudo o que nos cerca e com a vida. Acima de tudo é possível compreender que nem sempre conseguiremos explicar o que nos acontece. Há muitas coisas misteriosas na vida e o decifrar delas permanecerá além do nosso alcance a despeito de qualquer esforço de nossa parte, entretanto, se formos humildes e confiantes, a nossa essência sempre nos mostrará o que é possível, e com referência ao que permanecer, além disso, nos guiará e ajudará a acolher e reverenciar o desígnio divino: Ser Feliz, a sublime missão! CAUSAS EMOCIONAIS DAS DOENÇAS A nossa saúde é um reflexo das nossas crenças e pensamentos. Quando descobrimos o padrão mental que está por detrás de cada doença, temos a oportunidade de modificá-lo e de nos curar. Nosso corpo está sempre falando conosco. Ele é o nosso professor, que nos avisa quando insistimos num comportamento que nos faz mal. Veja na tabela seguir, os problemas de saúde mais comuns e suas prováveis causas emocionais: PROBLEMA CAUSA EMOCIONAL Acidentes Crença na violência ou na necessidade de receber castigo; deixar que as outras pessoas nos atinjam (acidentes de carro) Anorexia/ Bulimia Raiva de si mesmo; negação da vida; “não ser bom o suficiente” Alergias Agressividade reprimida Amigdalite Criatividade reprimida, incapacidade de expressar a raiva Ansiedade Medo da vida, do futuro Apendicite Medo da vida; de enfrentar os problemas de frente Arteriosclerose Resistência. Recusa em ver a realidade Artrite Criticismo; perfeccionismo; inflexibilidade Asma Incapacidade de se doar; desejo de manipular Câncer Ressentimento; desilusão Coceira Ânsia por alguma coisa, irritação; desejo de sair da própria pele Cólica menstrual Rejeição da condição de mulher; medo; culpa Coluna (problemas na) Incapacidade de se apoiar; falta de confiança na vida Conjuntivite Raiva do que se vê Coração(problema no) Incapacidade de demonstrar amor; falta de alegria Dentes (problemas nos) Indecisão; incapacidade de demonstrar agressividade Depressão Raiva da vida Diabete Amargura Diarréia Medo; fuga Dores agudas Desejo de se castigar Enxaqueca Desejo de controlar; incapacidade de expressar a raiva; repressão sexual Frieiras Medo de não ser aceito; resistência ao progresso Furúnculo Raiva Gastrite Dificuldade para lidar com aborrecimentos Gengivite Insatisfação com relação às próprias decisões Gripe Absorção de negatividade; conflito Joelho (problemas no) Orgulho Labirintite Medo de não estar no controle; sensação de desorientação na vida Mononucleose Hábito de depreciar a vida e os outros Obesidade Necessidade de se proteger ou de se tornar maior para conseguir enfrentar um grande desafio Prisão de ventre Recusa a abandonar velhas idéias; repressão da energia sexual Reumatismo Vitima; amargura Sinusite Irritação Varizes Permanecer num lugar ou situação que se odeia Verruga Expressão de ódio acumulado Vícios Fuga Texto inspirado no livro A Doença como Caminho, Editora Cultrix. E Reiki Essencial, Editora Pensamento. Todo problema de frustração que for enfrentado com realismo e tratado de um modo organizado aumenta a força da personalidade. Todo fracasso com o qual se aprendeu uma lição, proporciona tanto uma experiência como um recurso que ampliam nossa capacidade de enfrentar novos problemas. Dr. John Donnelly.

A MENTE, UMA BELA SERVA, UMA PERIGOSA MESTRA




Passo a passo, aprendemos aqui o processo de desenvolver nossa testemunha, tornando-nos mais capazes de observar nosso corpo, pensamentos e sentimentos. Osho nos leva através da complexidade da mente humana e aponta para a “não-mente”, o que não significa que você não possa usar a sua mente; isso simplesmente significa que a mente não pode usar você.

Nem água, nem Lua - Zen Budismo


Por anos e anos, a monja Chiyono estudou sem conseguir chegar à iluminação.

Uma noite, estava a carregar um velho pote cheio de água.

Enquanto caminhava, ia observando a lua cheia refletida na água do pote.

De repente, as tiras de bambu que seguravam o pote inteiro partiram-se e o pote despedaçou-se.

A água escorreu,

o reflexo da lua desapareceu

- e Chiyono Iluminou-se.





Ela escreveu estes versos:

"De um modo ou de outro tentei segurar o pote inteiro,

esperando que o frágil bambu nunca se partisse.

De repente, o fundo caiu.

Não havia mais água,

nem mais lua na água





o vazio em minhas mãos."

Nova Alquimia (Osho)



Lição de Harmonia

Guarde em sua memória a melodia que você ouve.

...Somente fragmentos do som magnífico chegam a seus ouvidos enquanto você é apenas um homem. Mas se você o ouvir, recorde-o fielmente, para que nada desse som tenha chegado até você, se perca, e esforce-se para aprender com ele o significado do mistério que circunda você. Com o correr do tempo, você não precisará de nenhum professor. Pois, como o indivíduo tem voz, assim também tem aquilo no qual o indivíduo existe.

Guarde em sua memória a melodia que você ouve. Há momentos, raros, únicos, mas, ainda assim, há momentos em que você chega mais perto da melodia da existência. As circunstâncias podem ser diferentes, mas a melodia é a mesma. Uma criança que corre atrás de uma borboleta, uma criança que colhe flores no jardim, uma criança simplesmente deita sobre a grama, sente certa harmonia na existência, sente certa melodia. Nesse momento, deitada sobre a grama, relaxada ou correndo - correndo atrás da borboleta, ou correndo para colher as flores - ou não fazendo nada: apenas brincando com seixos na praia - nesse momento, a criança está totalmente unida à existência. Não há nenhuma tristeza ou pesar, nenhuma negatividade. A criança aceita a existência como ela é e é aceita pela existência.

Quando você aceita a existência, a existência o aceita. Quando você rejeita, você é rejeitado. A existência é um eco do que você faz. Tudo o que fizer com ela será feito com você.

A criança aceita. Para a criança não existe passado, nem futuro. O momento, o momento presente, é suficiente. A criança existe aqui e agora. Então, ela sente uma certa harmonia; uma melodia é sentida.

É por isso que, mais tarde, mesmo quando você fica muito velho, você continua a se recordar de sua infância; vive dizendo que a infância era um paraíso. Por quê? Porque houve muitos momentos nos quais você aceitava tudo totalmente. E uma criança é aceita totalmente. No instante em que a criança começa a rejeitar, deixa de ser criança. A infância é perdida, o paraíso é perdido.

Recorde alguns momentos de sua infância nos quais você teve o sentimento de que a vida era uma bem-aventurança, de que simplesmente ser era um êxtase. Simplesmente ser, respirar, era o bastante. Você não precisava de mais nada para ser feliz. Seja o que for que você fosse, era o suficiente para ser feliz.

Reúna esses momentos. Recorde-os, reviva-os. De vez em quando, esqueça a sua idade. Feche os olhos e retorne, retroceda, seja novamente uma criança. Não se recorde apenas, mas reviva. Seja novamente uma criança. Em sua memória, corra como uma criança, cante como uma criança, brinque como uma criança. Simplesmente reviva novamente sua infância e obterá uma nova luz, um novo despertar. Uma nova energia vital correrá através de você.

Quando você era jovem, amou alguém. Novamente houve êxtase. Outra vez você se sentiu totalmente bem. Nada estava errado. A vida era ótima; tudo era como devia ser. Novamente, um momento. Reúna esses momentos, mantenha-os em seu íntimo. Entre neles repetidas vezes.

Então, você envelheceu - sentado em algum templo, meditando, ou em alguma mesquita, rezando, ou em alguma igreja. E novamente sentiu um silêncio penetrar em você.

Reúna todos esses momentos, porque eles o tornarão mais capaz e mais sensível para ouvir a música sublime das esferas. Eles são apenas fragmentos, mas neles você ouviu algo que está além de você. Seja qual for a circunstância - se uma certa felicidade o invadiu, guarde com carinho esse momento e deixe um espaço para ele em seu coração, livre de todas as outras recordações. Reúna essas recordações da música bem-aventurada que você ouviu algumas vezes; isso será útil.

Você não pode ouvir, repentinamente, a música toda. Pode ouvi-la apenas em fragmentos, porque a mente é uma coisa pequena. O raio de visão da mente é muito pequeno e o céu é muito grande. Você só pode ver fragmentos. Mas reúna esses fragmentos. Crie uma unidade entre eles, sinta uma certa unicidade neles, e você se tornará mais capaz, mais sensível, mais vivo para receber mais. Você se tornará mais receptivo.

Mas olhe para a mente humana. Ela coleciona misérias, coleciona sofrimentos, coleciona amarguras. Jamais coleciona momentos felizes. Vive colecionando miséria após miséria. Então a vida se torna um inferno. Essa é a sua coleção; é o seu modo de olhar para as coisas.

Você sempre diz que a felicidade é apenas momentânea. Mas ninguém diz que o sofrimento é momentâneo, ninguém diz que a angústia é momentânea. Você continua a sentir que a angústia é permanente, que o sofrimento é permanente e que a felicidade é momentânea. Está errado. Angústia e felicidade são similares e equivalentes; são momentâneas.

E, no final das contas, o contrário é verdadeiro. O sofrimento revela-se momentâneo e a bem-aventurança revela-se eterna. Mas, por ora, com essa mente, tudo é momentâneo. O sofrimento vai e vem, a bem-aventurança vem e vai. Mas você continua a colecionar sofrimento, logo, ele parece permanente; você nunca coleciona, nunca trata com carinho, nunca nutre os momentos felizes e alegres, logo, eles dão a impressão de serem momentâneos.

É você quem escolhe assim. Mude a sua escolha - porque, com tanto sofrimento reunido, você acumulará mais sofrimento. O sofrimento aumentará; você está colaborando para que ele aumente. Desse modo, chegará um momento em que você estará tão coberto de sofrimento que não poderá visualizar qualquer possibilidade de bem-aventurança. Então você se tornará totalmente negativo.

Faça exatamente o contrário. Somente isso será de ajuda à sua meditação. Sempre que o sofrimento se manifesta, não o guarde. Deixe-o manifestar-se, mas não o alimente. Para que continuar a falar a seu respeito? Todo mundo vive falando sobre seu sofrimento. Por que enfatizá-lo tanto? Por que dar tanta atenção a ele? Lembre-se de uma das leis: se você der muita atenção a uma coisa, seja o que for, ela crescerá. A atenção é um elemento que ajuda o crescimento. Se você der atenção a qualquer coisa, ela crescerá mais ainda.

Atualmente, os biólogos afirmam que uma criança crescerá mais se for amada porque, através do amor, ela recebe maior atenção. Até mesmo uma planta crescerá mais se o jardineiro lhe der atenção. Se ela for negligenciada, mesmo se tudo o mais for dada a ela - o solo certo, fertilizantes, chuva, luz do Sol, se tudo lhe for dado, exceto atenção consciente - ela levará muito tempo para crescer. Isso é atualmente um fato científico: observado e considerado verdadeiro. Se você amar a planta e lhe der bastante atenção, se conversar com ela, se lhe disser, às vezes: “Eu amo você”, ela crescerá mais depressa. A atenção é uma vitamina.

A coisa mais vital na existência é a atenção. Se ninguém o ama, você começa a murchar. Se ninguém presta atenção em você, a morte se estabelece. Você quer morrer. Se alguém lhe dá atenção, você revive novamente. Atenção é vida, é o “élan” vital.

Se ninguém o amar, você se suicidará, porque não é capaz de amar a si próprio. Se você for capaz de amar a si próprio, se fosse capaz de dar atenção a si próprio, não necessitaria da atenção de ninguém mais. Um Buda pode viver sozinho nesta terra. Você não pode. Se ficar sozinho, suicidar-se-á imediatamente. Você dirá: “Qual é o sentido? Por que devo viver? Quem me amará? A quem amarei?”

A mesma lei se aplica também interiormente, psicologicamente. Se você dá muita atenção ao sofrimento, ajuda-o a crescer. Se dá muita atenção à felicidade, ajuda-a a crescer. Não seja o seu próprio inimigo. Se você se encontra imerso em sofrimento é porque tem dado muita atenção às coisas erradas. Mude o foco da sua atenção. Mesmo se você possui somente uma única lembrança de um instante bem-aventurado, é o suficiente. Dê-lhe atenção e ele crescerá. A semente crescerá e se tornará uma grande árvore. Então você poderá descansar à sua sombra, poderá dançar à sua sombra. Poderá relaxar debaixo dela.

Este sutra diz: Guarde em sua memória a melodia que você ouve. Seja qual for a circunstância em que você tenha ouvido a melodia da vida, em qualquer circunstância. Felicidade significa melodia. Sofrimento significa uma experiência anárquica, uma experiência caótica. Sofrimento significa uma multidão de experiências desconexas: barulho, sem nenhuma música. Felicidade significa música. Nenhum barulho, mas uma harmonia interior; nenhum caos, mas uma unidade interior.

Guarde em sua memória a melodia que você ouve, e então ela crescerá e, um dia, você será capaz de ouvir a música universal em sua totalidade. Então você não precisará de nenhum professor. Não terá de aprender com mais ninguém. Você entrará em contato direto com o divino e nenhum mediador será necessário.

Um professor é um mediador. Você não pode ouvir, e ele pode ouvir. Você não pode ver, e ele pode ver. Você não pode sentir, e ele pode sentir. Ele é necessário somente até o momento em que você mesmo se torna capaz de ouvir, de vez, de se dissolver. Então o professor não tem mais nenhuma utilidade. Você entra em contato direto e imediato com a força universal. Então, você está no próprio rio.

E uma vez que você se tornou capaz de permanecer em bem-aventurança, de permanecer na melodia, uma vez que entrou no rio, então Deus pode conversar com você diretamente.

Lembro-me de uma estória sobre um místico sufi, Bayazid, que permaneceu numa aldeia durante muitos anos. Um dia, os aldeões disseram a Bayazid: “Já faz pelo menos cinco anos que temos estado observando você, e ouvindo você. Você esteve sempre orando e falando com Deus. Agora vemos que você não fala, nem roda mais. Por que essa mudança? Você se tornou um ateu? Perdeu sua crença no divino? Você nunca mais fala, nunca mais ora.”

Bayazid sorriu e disse: “Antes, eu falava e orava. Agora, Deus começou a falar comigo; por isso, devo ficar calado e ouvir. O processo todo se inverteu. Agora, não preciso falar. Agora, ele fala comigo.”

Esse momento chega. Porém, esse momento chega somente quando seu coração está repleto de melodia e um silêncio divino penetra em você. Não há mais barulho. Para onde quer que você olhe, sente a música; para onde quer que você olhe, sente a unidade; para onde quer que você olhe, sente o uno nas diferentes formas. Agora, você tornou-se consciente do mar. As ondas desapareceram para você. Não há mais ondas; apenas o oceano existe. Então, o divino fala diretamente com você.

Não é uma metáfora. A existência fala com você diretamente; não é uma metáfora, não se trata de uma expressão poética. Isso acontece! Mas você precisa estar pronto. E essa prontidão significa um coração repleto de música, um coração repleto de silêncio.



Aprenda com ela a lição da harmonia.



... A própria vida tem sua maneira de falar e nunca se cala. E sua elocução não é, como supõem aqueles que estão surdos, um grito: é uma canção. Aprenda com ela que você faz parte da harmonia; aprenda com ela a obedecer as leis da harmonia.



Como você é agora, a vida lhe parece ser um grito. Ela não é. Parece ser um grito porque você está perturbado. A vida é uma canção, mas, para ouvir a canção, você precisa tornar-se uma canção, porque só o semelhante pode compreender o semelhante.

Você é um grito. É por isso que a canção da vida se parece com um grito, com um guincho. É por sua causa. Você a destrói, perturba-a, distorce-a. Quando ela vem até você, vem como uma canção; mas quando ela o atinge, transforma-se num grito, porque você é um grito. Você está doente, está enfermo. Você é fragmentado, não é total. A canção é destruída dentro de você. Torne-se uma canção e então a vida inteira parecerá uma canção. Então não haverá nenhuma negatividade. Quando você é positivo, a vida em sua totalidade torna-se positiva.

É isso o que eu quero dizer por teísta. O teísmo não significa uma crença em Deus, não significa acreditar numa teologia. O teísmo significa um sim total à existência, dizer sim à existência. Mas quando você pode dizer sim? Você só pode dizê-lo quando ouviu a canção. Como você pode dizer sim a um grito; como pode dizer sim a um barulho, um barulho infernal; como pode dizer sim à insanidade que se manifesta por toda parte, à morte, à miséria? Como pode dizer sim a isso? Mas isso ocorre por sua causa, por causa de seus olhos. Seus olhos são um elemento de deformação. É por causa também do coração. Seu coração está repleto de sofrimento, de miséria assim ele não pode encontrar outra coisa. Tudo isso é o seu próprio eco.

Este sutra diz:



Aprenda com ela a lição da harmonia.



Sejam quais forem os belos instantes, sejam quais forem os instantes de êxtase, os instantes felizes que você teve - reúna-os, trate-os com carinho, viva com eles, viva-os. Você se tornará mais sensível à felicidade. A felicidade será mais atraída em sua direção, o amor lhe acontecerá mais intensamente, a meditação lhe chegará mais facilmente. A vida se tornará uma benção; a existência se tornará uma celebração. Porém, você precisa criar um coração feliz.

Então, na experiência fragmentária da bem-aventurança, descubra a característica comum. Uma criança colhendo flores, um jovem amando uma jovem, um velho sentado sob uma árvore, meditando. Todos eles dizem que esse é um momento bem-aventurado - que deve haver algo comum a todos eles. Na periferia, do exterior, parece não haver nada em comum. Uma criança colhendo flores, um jovem amando uma jovem, um velho entoando um mantra. Não parece haver nada em comum entre eles. Mas se todos eles dizem: “Foi um momento bem-aventurado!” - deve haver algo em comum. Descubra esse elemento comum. Descubra o que é que se encontra sempre presente e sem o qual eles não poderiam dizer que todos esses momentos são bem-aventurados.

Talvez o velho negue a existência de algum elemento comum. Ele pode dizer: “Aquele jovem é apenas um tolo. Não há nada nas garotas. Apenas ossos e carne e todas as coisas sujas. Aquele jovem é apenas um tolo. Está desperdiçando o seu tempo.”

Ou o jovem pode dizer: “Aquela criancinha colhendo flores está vivendo num mundo de fantasias. Não é real. Quando ela conhecer mais a vida, jogará fora essas flores. É uma estupidez. Colecionar flores é algo inútil; ela está desperdiçando o seu tempo. É ignorante.”

Mas, ainda assim, deve haver algo em comum a todos eles. Se o velho diz que o jovem é tolo (ou se o jovem diz que a criança é tola), isso significa apenas que a vida, para esse velho, não se tornou ainda uma unidade. Significa apenas que esse velho ainda está revoltado com sua própria infância. Ele não a pôde absorver no curso da vida. Sua juventude não se tornou parte de sua vida. Esse velho está fragmentado, dividido.

Se esse velho fosse realmente não-dividido, se estivesse à procura do elemento comum a todas as experiências, isso seria sabedoria. Encontrar o elemento comum a todas as experiências, o elemento essencial, é sabedoria. Se esse velho chegasse a compreender o que é essencial a todas as experiências bem-aventuradas, veria que quando esteve com uma jovem, amando-a profundamente, aconteceu a mesma coisa que agora acontece em sua meditação. Quando ele, em sua infância, estava colhendo flores no jardim, ou brincando com os seixos à beira-mar, aconteceu a mesma coisa.

Qual é o elemento comum? A atenção, a profunda atenção. A absorção. A criança estava absorta com suas pedras, brincando com elas. A existência toda foi esquecida. A criança esqueceu-se de si mesma. Naquele momento, não existia nada, não existia nenhuma mente. A criança estava totalmente absorta. Devido a essa absorção, a essa anulação total do ego, a bem-aventurança aconteceu. Tornou-se uma meditação.

O jovem estava absorto com sua amada. A existência toda sumiu como se nada mais existisse. Somente a amada existia. Até isso desapareceu: o amante e a amada desapareceram. Apenas o amor existia. Havia um momento que era eterno, um momento que era a própria eternidade. Nenhum passado, nenhum futuro. Agora era tudo. Era uma meditação. O amor é uma meditação. E então a bem-aventurança aconteceu.

Hoje, o velho está cantando sob uma árvore, ou está sentado num templo ouvindo os sinos, e sente-se muito feliz, em êxtase. O que está acontecendo? A mesma coisa está acontecendo numa situação diferente, numa idade diferente, numa experiência diferente. A mesma coisa está acontecendo. O mundo desaparece. O velho não existe mais, o templo desaparece. O momento presente torna-se total. O velho está aqui e agora. Os sinos continuam a tocar. Eles não tocam no futuro; tocam no presente. Nenhuma lembrança do passado interfere, nenhum desejo futuro. O velho está aqui e agora.

Sempre que você está aqui e agora, a bem-aventurança acontece. Como uma criança a brincar com as pedras, como um jovem a brincar com sua amada ou como um velho a brincar com seu canto e com sua meditação. Se todas as três experiências puderem ser sentidas como harmoniosas, você descobriu uma das supremas leis da vida. Você tornou-se sábio. A sabedoria aconteceu a você.

ORIENTAÇÃO - TAROT ZEN OSHO


Você sente necessidade de procurar orientação, porque não sabe que o seu guia interior está escondido dentro de você. É necessário encontrar esse guia interior, que eu chamo de "a sua testemunha". Chamo também de "o seu dharma", seu buda intrínseco. É preciso acordar esse buda, e a sua vida será banhada de bênçãos, de graças. Sua vida tornar-se-á radiante de bem, de divindade, muito mais do que você seria capaz de imaginar. É quase como luz. Se o seu quarto está escuro, basta trazer luz. Até uma pequena vela servirá: toda a escuridão desaparece. Tendo uma vela, você saberá onde fica a porta. Não precisará pensar: "Onde está a porta?". Só quem é cego pergunta onde está a porta. Gente que tem olhos e dispõe de luz nem pensa nisso. Alguma vez você já se perguntou onde fica a porta...!? Você simplesmente levanta e sai. Não dedica um pensamento sequer a semelhante questão. Nem começa a tatear procurando a porta, ou a bater a cabeça contra a parede. Você simplesmente vê, e não existe nem mesmo um lampejo de pensamento: você simplesmente sai.






Comentário:


A figura angelical que aparece nesta carta, com asas coloridas como o arco-íris, representa o guia que cada um de nós traz dentro de si. Como acontece com a segunda figura, no plano de fundo, algumas vezes nós podemos relutar em confiar nesse guia quando ele se manifesta, porque estamos acostumados a receber nossos "sinais" mais do mundo exterior do que de dentro de nós mesmos.


A verdade do seu próprio ser mais profundo está tentando mostrar-lhe o caminho a seguir neste exato momento, e, quando esta carta aparece, significa que você pode confiar na orientação interior que lhe está sendo dada. Esta orientação vem por meio de sussurros, e algumas vezes podemos hesitar, sem saber se compreendemos corretamente. As indicações, porém, são claras: seguindo o seu guia interior você se sentirá mais pleno, mais integrado, como se estivesse se movimentando a partir do centro do seu próprio ser. Se você a acompanhar, essa célula de luz o conduzirá exatamente para onde você precisa ir.





Osho God is Dead: Now Zen is the Only Living Truth Chapter 7

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