CANÇÃO UNIVERSAL




Amigo, vamos cantar a canção universal, juntos, em uníssono, como se fôssemos Aquilo que somos __ UM SÓ? Ela germina do silêncio.

Do silêncio que a paz gerou...e gera.

E gera amor, que é a implosão da discordância, da dissonância, da discrepância que a distância produziu e nutre.

O amor é o fim de todos os ismos tétricos, trágicos, patéticos, esdrúxulos, que degradam, envergonham e ensangüentam a humanidade.

Unidos, vamos cantar a Canção Universal, mergulhados no bem-aventurado silêncio da paz?

Só a alma tranqüila, acalentando o silêncio, pode, em sublime clamor se expressar pela sacralidade do silêncio mais profundo e mais fecundo.

Entoemos a  partitura de silêncio da Canção que brota do coração, que se alegra e se expande.

Embalemos com a sagrada Canção a humanidade que começa a se agitar na aflição da premonição que rumoreja no negrume do horizonte do horror.

Cantemos a Canção, que é oração em favor das multidões rebeladas contra Deus, mas robotizadas pelos pseudo-poderosos desse mundo.

Oremos para que todos desconfiem do poder e do prazer, da posse e da violência.

Que os homens, des-iludidos dos falsos valores, finalmente descubram a felicidade que não cessa, a inerente do Ser; a Paz que transcende os parcos limites estreitos da razão; a segurança que não está nas armas, na força, no poder, no dominar...

Tomara que o silêncio-partitura de almas puras comece a ser ouvido acima do sussurro das calúnias, das promessas hipócritas, das maldições cruéis, das propostas dos demagogos, dos ais dos injustiçados, dos gemidos dos carentes, doentes perdidos, acima do estampido das bombas terroristas, dos clamores da publicidade entorpecente, do uivo das multidões alienadas, dos decibéis cruéis da música neurótica, do horror dos noticiários, acima do rá-tá-tá das metralhadoras assaltantes, acima da serra elétrica arrasando floresta indefesa e inocente.

Pretensões irracionais, anti-científicas, quiméricas!...

Podem assim pensar os medíocres, alienados no grande mercado, vagando sem rumo, embora suponham que sabem o que são e o que querem. Podem assim, falar os que ainda não escutaram a lição da verticalidade da raça humana.

Eles, acomodados na horizontalidade medíocre, supondo que sabem e querem, se deixam arrastar, manipular, massificar, esvaziar, robotizar, manobrar, mesmificar, embrutecer, degradar...Pobres consumidores-consumidos! Vamos, amigo, fazer nosso silêncio, nossa paz; fazer nossa Canção mais audível. Nossos irmãos __ os normais! __, sem saber e sem querer, estão sofrendo, e acreditando que gozam, desprovidos mas supondo possuir, escravizados mas imaginando serem livres...Eles precisam de nós.

A Canção salvadora não é obra de homens.

Milênios e séculos assistem à sua composição. Vem sendo composta e proposta pelos luzeiros do céu.

RAMA,

KRISHNA,

MOISÉS,

BUDA,

BABAJI,

SÓCRATES,

JESUS,

MAOMÉ,

SANKARA,

CAITANYA,

RAMAKRISHNA,

RAMANA,

SÃO FRANCISCO,

SIVANANDA,

SATHYA SAI BABA...

As estrelas cintilam seu divino silêncio e balbuciam a Canção, pedindo que a acompanhemos. Vamos tentar aceitar seu convite? Vamos criar e manter o tesouro do silêncio?

Pelo menos você e eu seremos dois somente a mergulhar na bendita paz da Felicidade Incondicional, que é escutar e cantar e, tenho certeza, alguém, neste imenso mundo será menos infeliz e menos aflito.



JOSÉ HERMÓGENES (do livro Viver em Deus – pg159)


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"Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto."Rubem Alves

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