A FORÇA DA VIDA

A vida que poderia ter sido, está oculta na vida que é. Njabulo S. Ndebele









La Forza Della Vita


Renato Russo

Composição: Paolo Vallest / Beppe Datti

La Forza Della Vita

A Força da Vida

Ainda quando "caímos fora"

Por raiva ou por covardia, por causa de um amor inconsolável

Ainda quando a casa é o lugar mais inabitável

E choras e não sabes o que queres





Acredite que há uma força em nós, meu amor

Mais forte do que um relâmpago, do que este mundo irracional e inútil

Mais forte que uma morte incompreensível

E do que esta nostalgia que não nos larga mais





Quando tocares lá no fundo

De repente sentiras a força da vida que trazes contigo,

Amor não sabes, verás, existe uma saída





Ainda quando comes com dor

E no silencio sentes o coração, como um rumor insuportável

E não queres mais levantares, O mundo está inatingível

E ainda que a esperança já não seja suficiente





Existe uma vontade que esta morte desafia

É a nossa dignidade, a força dessa vida

Que não pergunta mais o que é a eternidade

Ainda que haja quem a ofenda ou que a venda





Quando sentiras que segura em teus dedos

A reconhecerás, a força da vida que trazes contido,

Não deixes ir embora mais, não me deixes sem você





Ainda dentro das prisões da nossa hipocrisia

Ainda no fundo do hospital nessa nova doença

Existe uma força que te guarda e que reconhecerás

É a força mais teimosa que existe em nós

Que sonha e não entrega mas





É a vontade, mais frágil e infinita, a nossa dignidade

(meu amor) é a força da vida





Que não pergunta mais, o que é a eternidade

Mas que luta todos os dias conosco, até não ter fim





Quando sentiras (a força dentro de nós)

Que seguras em teus dedos (meu amor antes ou depois)

A reconhecerás (a sentirás)

A força da vida





Que trazes contigo, que sussurra no seu interior:

"Veja quanta vida ainda existe!"

Ja Escondi um Amor com Medo de Perde-lo



Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.

Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.

Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.

Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.

Já tive crises de riso quando não podia.

Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.

Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.

Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.

Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.

Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!

Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!

Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:

- E daí? EU ADORO VOAR!

Clarice Lispector

Amigos são Anjos de uma asa só...


Existe uma história de uma simplicidade linda, que eu gostaria de contar. Uma lenda, um acalanto .......Não sei se é verdade... e não importo-me com isso.Não precisa ser.....

Foi há muito tempo atrás...depois do mundo ser criado e da vida completá-lo.Num dia, numa tarde de céu azul e calor ameno.Um encontro entre Deus e um de seus incontáveis anjos.Acredita?

Deus estava sentado, calado. Sob a sombra de um pé de jabuticaba. Lentamente sem pecado, Deus erguia suas mãos então colhia uma ou outra fruta.

Saboreava sua criação negra e adocicada. Fechava os olhos e pensava. Permitia-se um sorriso piedoso. Mantinha seu olhar complacente.

Foi então que das nuvens um de seus muitos arcanjos desceu e veio em sua direção.

Já ouviu a voz de um anjo?É como o canto de mil baleias.É como o pranto de todas as crianças do mundo.É como o sussurro da brisa.

Ele tinha asas lindas....brancas, imaculadas.

Ajoelhou-se aos pés de Deus e falou:

"Senhor... visitei sua criação como pediu. Fui a todos os cantos. Estive no sul, no norte. No leste e oeste. Vi e fiz parte de todas as coisas. Observei cada uma de suas crianças humanas. E por ter visto vim até o Senhor....para tentar entender. Por quê? Porque cada uma das pessoas sobre a terra tem apenas uma asa? Nós anjos temos duas...podemos ir até o amor que o Senhor representa sempre que desejarmos. Podemos voar para a liberdade sempre que quisermos. Mas os humanos com sua única asa não podem voar. Não podem voar com apenas uma asa..."

Deus na brandura dos gestos, respondeu pacientemente ao seu anjo. "Sim...eu sei disso. Sei que fiz os humanos com apenas uma asa..." Intrigado, com a consciência absoluta de seu Senhor o anjo queria entender e perguntou:

"Mas por que o Senhor deu aos homens apenas uma asa quando são necessárias duas asas para poder-se voar....para poder ser livre?"

Conhecedor que era de todas as respostas Deus não teve pressa para falar. Comeu outra jabuticaba, obscura e suavemente. Então respondeu...

"Eles podem voar sim meu anjo. Dei aos humanos apenas uma asa para que eles pudessem voar mais e melhor que Eu ou vocês meus arcanjos.... Para voar, meu amigo, você precisa de suas duas asas... Embora livre, sempre estará sozinho. Talvez da mesma maneira que Eu....

Mas os humanos....os humanos com sua única asa precisarão sempre dar as mãos para alguém a fim de terem suas duas asas. Cada um deles tem na verdade um par de asas....uma outra asa em algum lugar do mundo que completa o par. Assim eles aprenderão a respeitarem-se pois ao quebrar a única asa de outra pessoa podem estar acabando com as suas próprias chances de voar.

Assim meu anjo, eles aprenderão a amar verdadeiramente outra pessoa...aprenderão que somente permitindo-se amar eles poderão voar. Tocando a mão de outra pessoa em um abraço correto e afetuoso eles poderão encontrar a asa que lhes falta...e poderão finalmente voar. Somente através do amor irão chegar até onde estou... assim como você meu anjo.

E eles nunca....nunca estarão sozinhos quando forem voar."

Deus silenciou em seu sorriso. O anjo compreendeu o que não precisava ser dito.

E assim sendo, no fim desse conto, espero que um dia você encontre a sua outra asa. Para finalmente poder voar.


(autor desconhecido)

A Pequena Alma e o Sol

A Pequena Alma e o Sol

Neale Donald Walsch








- Eu sei quem sou!



E Deus disse:



- Que bom! Quem és tu?



E a Pequena Alma gritou:



- Eu sou Luz



E Deus sorriu.



- É isso mesmo! - exclamou Deus. - Tu és Luz!







A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.



- Uauu, isto é mesmo bom! - disse a Pequena Alma.



Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava. A pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. Então foi ter com Deus ( o que não é má idéia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É ) e disse:



- Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?



E Deus disse:



- Quer dizer que queres ser Quem já És?



- Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a pequena Alma.



- Mas tu já és Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.



- Sim, mas quero senti-lo! - gritou a Pequena Alma.



- Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira - disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou.



- Há só uma coisa...



O quê? - perguntou a Pequena Alma.



- Bem, não há nada para além da Luz.



Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não



há nada que tu não sejas.



- Hã? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.



- Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões, ziliões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. 'Não seria um sol sem uma das suas velas... e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz - eis a questão'.



- Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! - disse a Pequena Alma mais animada.



Deus sorriu novamente.



- Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão - disse Deus.



- O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.



- É aquilo que tu não és - replicou Deus.



- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.



- Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos a inventar tudo. Estamos a fingir.



- Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.



Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exactamente o oposto.



- É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é - disse Deus - Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus - quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão.



'Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão.



Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!'



- Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma.



- Claro! - Deus riu-se. - Claro que podes! Mas lembra-te de que 'especial' não quer dizer 'melhor'! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!



- Uau - disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. - Posso ser tão especial quanto quiser!



- Sim, e podes começar agora mesmo - disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Alma - Que parte de especial é que queres ser?



- Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. - Não estou a perceber.



- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes.



É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?



A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.



- Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena Alma - É especial ser prestável. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.



- Sim! - concordou Deus - E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.



- Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. - Quero ser a parte de especial chamada 'perdão'. Não é ser especial alguém que perdoa?



- Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.



- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma.



- Bom, mas há uma coisa que devias saber - disse Deus.



A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação.



- O que é? - suspirou a Pequena Alma.



- Não há ninguém a quem perdoar.



- Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.



- Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.



Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados - de todo o Reino - porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava a ter uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam a dizer.



Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar.



Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a Luz de cada uma brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.



- Então, perdoar quem? - perguntou Deus.



- Bem, isto não vai ter piada nenhuma! - resmungou a Pequena Alma - Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa.



Queria saber como é ser essa parte de especial.



E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.



Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:



- Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te - disse a Alma Amiga.



- Vais? - a Pequena Alma animou-se. -



Mas o que é que tu podes fazer?



- Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!



- Podes?



- Claro! - disse a Alma Amiga alegremente. - Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.



- Mas porquê? Porque é que farias isso? - perguntou a Pequena Alma. - Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que te levaria a ti, que



danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?



- É simples - disse a Alma Amiga. - Faço-o porque te amo.



A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.



- Não fiques tão espantada - disse a Alma Amiga - tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos sítios. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois.



Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau - fomos ambas a vítima e o vilão. Encontra-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.



- E assim, - a Alma Amiga explicou mais um bocadinho - eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a 'má' desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.



- Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.



- Oh, havemos de pensar nalguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.



Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, disse numa voz mais calma:



- Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?



- Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.



- Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.



- Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres!



- exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: - Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!



Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.



- O que é? - perguntou a Pequena Alma.



- O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!



- Claro que esta Alma Amiga é um anjo!



- interrompeu Deus, - são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.



E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.



- O que é que posso fazer por ti? - perguntou novamente a Pequena Alma.



- No momento em que eu te atacar e atingir, - respondeu a Alma Amiga - no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...



- Sim? - interrompeu a Pequena Alma



- Sim?



A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.



- Lembra-te de Quem Realmente Sou.



- Oh, não me hei de esquecer! - gritou a Pequena Alma - Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.



- Que bom, - disse a Alma Amiga - porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que eu própria me vou esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e



ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar às duas Quem Somos.



- Não vamos, não! - prometeu outra vez a Pequena Alma. - Eu vou lembrar-me de ti!



E vou agradecer-te por esta dádiva - a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.







E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão.



E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.



E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza - principalmente se trouxesse tristeza - a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito.



Lembra-te sempre,



-



Deus aqui tinha sorrido -



não te enviei senão anjos!.







Neale Donald Walsch













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